O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) condena firmemente o massacre perpetrado pelo Exército israelita no dia 30 de Março contra uma marcha de palestinos, matando 16 pessoas e ferindo cerca de 1500, muitas das quais com gravidade. Recorde-se que, no dia seguinte, mais cinquenta palestinos foram baleados pelas forças militares israelitas.

Assinalando uma efeméride nacional, o Dia da Terra, milhares de palestinos participavam numa marcha pacífica na Faixa de Gaza exigindo o respeito pelo direito dos refugiados palestinos a regressarem aos seus lares de onde foram expulsos, direito há muito afirmado pelas Nações Unidas, mas nunca respeitado por Israel.

A alegação, aliás absurda, do Governo israelita, de que esses manifestantes estariam a ameaçar as suas forças militares – que, diga-se, incluíam carros blindados e cerca de cem atiradores furtivos – revelou-se uma flagrante mentira, já que muitos dos palestinos assassinados e feridos foram atingidos pelas costas, quando procuravam refugio face à agressão das forças militares israelitas.

Perante mais este crime, o Secretário-geral da ONU e a União Europeia limitaram-se a fazer apelos à moderação e a uma investigação independente, a qual, aliás, foi já rejeitada por Israel. O CPPC considera que a complacência, quando não conivência, com os crimes sionistas só contribui para agravar a situação e comprometer ainda mais a paz no Médio Oriente.

O CPPC considera que perante esta brutal violação dos direitos humanos se coloca às autoridades portuguesas a exigência da sua condenação, assim como uma empenhada acção, em coerência com a Constituição da República Portuguesa e do Direito Internacional, em prol do cumprimento dos inalienáveis direitos do povo palestino.

Recordando a valorosa acção do movimento pela paz em Israel, o CPPC manifesta-se solidário com o corajoso povo palestino e reitera o seu empenhamento na exigência da criação de um Estado Palestino independente, soberano e viável nas fronteiras anteriores a 1967, com capital em Jerusalém Oriental, da libertação dos presos políticos palestinos em prisões israelitas e do respeito do direito de regresso dos refugiados palestinos, em conformidade e cumprimento das resoluções da ONU e do Direito Internacional.

3 de Abril de 2018

A Direcção Nacional do CPPC