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Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) repudia os objetivos da visita a Portugal do Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, realizada hoje. A visita integra-se num périplo por vários países membros deste bloco político-militar belicista visando, entre outros gravosos objectivos, intensificar a política de confrontação e elevar os gastos com os armamentos e a guerra, agravando os riscos de um conflito generalizado de grandes proporções.
Foi precisamente Mark Rutte quem, há semanas, instou os países europeus membros da NATO a cortarem nas verbas para os serviços públicos, as pensões e as prestações sociais, para gastarem mais no armamento e na guerra, dizendo para estes se «prepararem para a guerra», fazendo a apologia da escalada belicista levada a cabo pela NATO. Recorde-se que os 32 países que integram a NATO são já responsáveis por mais de metade das despesas militares no mundo, assumindo-se como os principais responsáveis pela corrida aos armamentos.
Como ficou claro na grande manifestação «É urgente parar a guerra! Todos juntos pela Paz!», realizada no passado dia 18, são cada vez mais os que, em Portugal, recusam este caminho de militarismo e de guerra, e que estão dispostos a defender a paz, o desarmamento, os salários e as pensões, os direitos, a vida dos jovens: «baixem as armas, aumentem os salários», «o povo quer a paz, não o que a guerra traz» e «queremos paz e cooperação, não queremos ser carne para canhão» foram palavras de ordem proferidas a milhares de vozes na manifestação, cujo significado é inequívoco.
Não esquecemos que a NATO foi responsável por apoiar ditaduras e golpes de Estado fascistas, bombardeou a Jugoslávia, arrasou o Afeganistão, invadiu e ocupou o Iraque, destruiu a Líbia, se alargou continuamente ao leste da Europa, tendo profundas responsabilidades no desencadear da confrontação e da guerra na Ucrânia, designadamente a partir de 2014.
Reafirmando a rejeição da visita de Mark Rutte ao nosso País e dos seus objetivos, o CPPC sublinha que se exige das autoridades portuguesas uma posição firme em defesa dos princípios inscritos na Constituição da República Portuguesa, que, no seu artigo 7.º, consagra a defesa da paz, do desarmamento, da solução pacífica dos conflitos e pugna pela dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
A Direção Nacional do CPPC
27-01-2025